Eu sou avesso a despedidas. Não consigo dizer “Adeus” com muita facilidade.Existe na alma do homem um anseio pela imortalidade.E eu carrego isso.Não me contento com a efemeridade das coisas.
Uma boa conversa com os amigos, um bom filme, a música que acalma o coração, tudo deve durar muito tempo.O fim de algo que deveria perdurar parece-me um mote sem graça.
Quase me atormenta quando temos que nos levantar e partir enquanto deveríamos ficar conversando e rindo ao pé de pessoas luminosas.Quase me embriago de saudades quando um filme que me emociona, mas, no entanto preciso aceitar o seu final.
É chato quando a emoção de uma bela canção termina quando a faixa encerra seu tempo de execução. Por mim isso perduraria horas, dias, semanas, uma infinidade de tempo de gozo e contentamento.
E por que o beijo precisa de tempo?Deixemo-lo prolongar-se.Por que aquele Domingo em que a família estar reunida e que todos brincam, e contam piadas da vida precisa concluir-se em abraços e “até logo”?Ora, deixemo-nos ali, parado, em eterna alegria.
Não entendo o porquê que os cabelos brancos alcançam-nos indicando que as coisas mudaram. E porque a lembrança dar lugar ao esquecimento?
Não entendo, mas logo um bom período da nossa vida são apenas fotos na estante e a casa fica assombradamente vazia.
E por que os livros têm páginas enumeradas?Um bom livro poderia não tem um fim, mas sim, um outro recomeço.
Eu não vou concordar com o ponto de conclusão deste texto.Na verdade eu queria usar as reticências, as virgulas e os pontos de exclamação.
Mas estar ele ai dando cabo a ternura das coisas.