quarta-feira, 27 de junho de 2012

Desirella


No filme animação de Carlos Eduardo Nogueira, Desirella, com duração de 10 minutos e cinqüenta e dois segundos, trás como enredo o culto a beleza. A personagem principal, uma senhora aparentemente sozinha e destituída de juventude, formosura e saúde, aguarda em sua casa a entrega de um objeto em que deposita extrema confiança de que o mesmo devolverá os atributos que lhes são tão carentes. 
 
O místico produto, materializado na forma de um belo par de sapatos, era o centro dos seus desejos. Ao usá-lo, a vida seria diferente. O mundo seria um lugar belo, vivo e atraente. Ela daria adeus a tudo que era feio e solitário.

E assim pensou e passou agir. No espelho não encontrou mais as rugas nem a velhice. Os hábitos perniciosos foram substituídos pelas práticas salutares. A mocidade retornou acompanhada de viço e sensualidade característicos. Sua pessoa alcançou as passarelas e o centro dos desejos alheios. 

Tudo isso impulsionado pelos os lindos sapatos.
 
A busca pela eterna juventude e culto a beleza pertencem ao rol das ideias perturbadoramente fixas. Elas consomem tempo, energia, dinheiro e relacionamentos. Os homens e as mulheres se tornam escravos do espelho, da balança, das plásticas, dos exercícios físicos, dos acessórios de grifes, dos cosméticos, e qualquer objeto que exale promessas de jovialidade rápida e perene. 

Não seria danoso usar desses elementos nas doses exatas de promoção de bem estar e saúde, mas fica difícil mensurar a dose certa quando a mídia espalha modelos ideais de beleza e popularidade a todo o momento.

Somos cercados pela ditadura padronizada da revista, Televisão, Cinema, personalidades esportivas e pela indústria da moda. Se não tiver o corpo parecido com o do tal fulano voce está fora do padrão. E se eu não usar tal cosmético não serei belo nem feliz.

Essas insinuações consumisticas tornam-se um perigoso caminho quando nos deixamos levar pelos outdoors ao longo da estrada da vida.

O sugestivo talvez seja o equilíbrio do uso de um ou de outro recurso promocional da saúde e do bem estar pessoal.

E o termômetro para saber se não ultrapassei a linha talvez seja a quantidade de vezes em que o assunto peso, medida, forma física, cor de cabelos, roupas e acessórios, cosméticos, botox, remédio moderador, suplementos calóricos surgem no meu dia a dia. 

Se o assunto ficou cotidiano, tome cuidado.




Veja  aqui o filme e tire suas conclusões:

domingo, 24 de junho de 2012

O Chamado a servir



Sempre considerei o púlpito um lugar sagrado.É deste local que muitas vezes o Senhor fala conosco.Por meio de servos inspirados Ele atende ao nosso clamor e diz:“Eis-me aqui” (Isaías 58:9).Por isso é importante ficar atento e fazer anotações do que sentimos enquanto ouvimos os discursantes, pois O Senhor pode está falando.
                                                                 
O serviço ao próximo é uma honra e também um privilégio porque “quando estais a serviço de vosso próximo, estais somente a serviço de vosso Deus” (Mosias 2:17) assim ensinou o Rei Benjamim.Talvez esta tenha sido uma das primeiras lições que recebemos do nosso Pai Celestial antes de virmos para cá.

Lembro-me de uma ocasião em que recebia treinamento do meu Presidente de Missão.Eu tive a nítida impressão, acompanhada de um forte sentimento, de que eu já havia sido treinado sobre aquele assunto antes.

O Presidente Joseph F. Smith, numa revelação em 1918 declarou, sobre aqueles designados ao serviço no reino de Deus de que: “Mesmo antes de nascerem, eles, com muitos outros, receberam suas primeiras lições no mundo dos espíritos e foram preparados para nascer no devido tempo do Senhor, a fim de trabalharem em sua vinha para a salvação da alma dos homens.” (DeC 138: 56)

O Salvador ensinou a seus discípulos no Sermão da Montanha “que tudo o que vós quereis que os homens vos façam, fazei-lho também vós, porque esta é a lei...” (Mateus 7:12).

E ainda ressaltou na ocasião do lava pés: “Porque eu vos dei o exemplo, para que, como vos fiz, façais vós também” (João 13:15)

Parece que neste caso o serviço torna-se um requisito para o discipulado e a lei do evangelho.

Eu era professor do Instituto,e estava terminando a lição daquela semana, quando meu telefone tocou.Atendi e reconheci a voz de uma velha amiga.Fiquei feliz em ouvi-la.Conversamos bastante, rimos e relembramos muitas coisas.No final, lembro que terminei assim nosso papo: “Volte pra Igreja.Lá é seu lugar.” Nos despedimos e encerrei os preparativos da aula.Logo em seguida, senti que deveria ir à capela.Já era noite e chovia , e mesmo assim sentia que deveria ir.Mas não conseguia lembrar exatamente o que eu tinha que fazer lá.Recordei que haveria uma atividade da O.R naquele fim de semana e precisava tratar dos detalhes com o Bispo.

Chegando a Capela encontrei o Presidente da Estaca num treinamento, o Bispo e o Presidente do Quórum de Élderes no bispado.Eles já estavam no final de uma reunião.Entrei, tratamos dos detalhes da atividade e levantamos pra sair quando o telefone tocou. O Bispo atendeu, alguns segundos depois fez uma cara estranha e disse: “Só um minuto irmã” e entregou o telefone ao Presidente do Quórum informando que uma família estava precisando dele.O irmão atendeu e após alguns minutos, também fez uma cara estranha.

Agora estávamos todos sentados novamente esperando o fim da ligação.O Presidente encerrou a conversa afirmando que eles já estavam indo vê-la.Eles se levantaram e eu acrescentei:” Pois tá bom Bispo, vou indo.” Ele disse:” Voce vai com a gente” Fiquei atônito, mas resolvi seguir e sai atrás deles.

Chegamos os três a casa da irmã. Ela estava parada em frente a porta de entrada chorando e nos explicou o ocorrido. A família estava muito aflita.Havia sérios problemas.

O Bispo e o Presidente do Quórum procuraram acalmá-la. A irmã se dirigiu a mim, mas todo o meu conhecimento havia sumido naquele instante.Não sabia o que dizer.Quando abri a boca pra expressar alguma coisa o Presidente da Estaca, que havia sido avisado, apareceu correndo. Ele se aproximou, e calmamente assegurou que tudo iria terminar bem.  E realmente , após algumas horas, tudo terminou bem.


Naquela noite eu voltei para casa me sentindo honrado por está na presença daqueles homens.

Outro dia, minha mãe me contou que sentiu falta de certa irmã e resolveu visitá-la.No caminho de sua casa sentiu que deveria entrar no supermercado e fazer algumas compras.Ficou incomodada com isso, pois não sabia como seria recebida.Mesmo assim resolveu seguir aquela impressão.Na casa da irmã, depois de conversarem, ela ofereceu, meio que sem jeito, as compras que havia feito.A irmãzinha agradeceu a oferta, recebeu, informando que naquele dia ela havia colocado no fogo a última porção da feira.E que não teria mais o que comer naquela semana.

O homem que porta o Sacerdócio recebe o poder quando está servindo aos outros.A mulher amplia sua virtude quando socorre e ampara os necessitados.

É este o chamado do Mestre.O chamado a servir. O chamado para “carregar os fardos uns dos outros .” (Mosias 18:8).

Cristo nos ama.Ele vive.Ele é o Bom pastor.Ele, muitas vezes, usa seus servos para socorrer suas ovelhas.




Discurso proferido durante a Reunião Sacramental na Ala Centenário, Estaca Campina Grande-PB, da Igreja de Jesus Cristo dos Santos dos Últimos Dias


Related Posts Plugin for WordPress, Blogger...