segunda-feira, 20 de junho de 2011

L I B E R D A D E


Já se encontra à toa nas ruas, livres, sorridentes, recebendo aplausos e abraços de congratulações o álcool e o cigarro, o falso forró com suas letras indecorosas, o sexo fácil, os filmes com seus roteiros sangrentos e descartáveis, a loteria estatal, o adultério em telenovelas, a baixaria em pretensos realitys shows, o interesse pela vida vazia de algumas celebridades, a libertinagem na mídia, a banalidade nos relacionamentos.

E em becos e vielas escuras, longe dos olhos da justiça, a impunidade, a corrupção, a violência desenfreada, a pedofilia, as bofetadas em mulheres e crianças, o craque, o aborto, a sonegação de impostos, o racismo, os traficantes, os maus políticos, as negociatas, o favoritismo em repartições e instituições públicas, o descaso do governo, o abuso do poder econômico, a escravidão nas relações trabalhistas, o roubo nos cofres dos contribuintes  transitam por ai usando óculos escuros, chinelos de dedos e boné como um turistas em férias.

Viva a liberdade.

E nestes últimos dias uma multidão com cartazes e faixas perâmbula pelas avenidas pedindo pela descriminalização da maconha.
 
Viva a liberalidade

Logo logo a liberalidade, libertinagem e a liberdade serão apenas uma em um único e exclusivo propósito e interesse: promover o ideal de modernidade e sofisticação

Quem sabe assim os grilhões invisíveis dos padrões e virtudes deixem de existirem e os homens estejam encarceradamente libertos. 

Viva!!

domingo, 19 de junho de 2011

NO MEU LUGAR




Eu pensei que estava perdido...
                                      
                                       A música tocava e eu não compreendia...

Imaginei estar num sonho...
                                      Fiquei atento ao absurdo:
                                                   ...um cavalo alado faltando uma das asas...

 ...uma mulher vestida de orvalho...
                                                                         ...crianças guiando leões...

 ...uma nave vinda do espaço sideral com uma bandeira negra...
                       
                  ...a lua partida ao meio, o mar fervilhando, dois homens e a música tocando!
           
      ...“please please”...

Conseguir lhe alcançar...
Você não existia...
Eu também não existia...
Meu avô arando a terra...
Plantações de algodão azul...

Eu não entendia a letra. Eu estava assutado, confuso... Comecei a chorar. Achei tudo estranho. Não me deixe sozinho... Por quanto tempo lhe esperei... Passei do ponto... O ponto... o ponto final...

“Please... Please...                                                                     
                                                                            ...

A música ainda tocava quando despertei e percebi que estava no meu lugar de sempre quando retorno do trabalho e quero recarregar as energias: meu quarto, deitado, a janela aberta, suado, quinta-feira dormindo, pai e mãe dormindo, escuridão. No canto, próximo a rede, apenas um aparelho de som acordado me assombrando com uma musica em inglês. Adorei a canção. Não sabia exatamente quem estava cantando. Nem ao certo o que era a canção. Sentir uma leve sensação de melancolia em seu ritmo. Fui arrebatado em introspecção... Um turbilhão de coisas incompreensíveis... Alma inebriada.  Adormeci novamente sem saber que musica era e a quem pertencia sua composição. Descobrir, na manhã seguinte, ao mencionar aos colegas do trabalho sobre o som e o sonho enigmático que In my Place, pertencia a banda ColdPlay.

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