sábado, 9 de abril de 2011

E S P E R A N Ç A


SOL NOVO
Momento ruim de nossa
vida: a noite sem luz.
Mas não será permanente:
a brancura da lua romperá
o véu escuro da noite, para
nos iluminar, até que o raiar
do novo sol nos traga a
a  ESPERANÇA  e nos resgate
a essência da vida.
                                        João Pessoa Cavalcante
                                                                   Loas ao vento, página 77

sexta-feira, 8 de abril de 2011

Sementes do amanhã


Quero deixar registrado neste pequeno espaço meus sentimentos com relação à tragédia ocorrida nesta última Quinta-Feira 07 de Abril em Realengo no Rio de Janeiro quando um ex-aluno assassinou a tiros crianças e adolescentes da escola que estudou.Nenhum motivo aparente, a não ser um forte desequilíbrio psicológico. 

Pensando ainda nas vitimas me veio uma canção do compositor Erasmo Carlos e vou oferecê-la como parte de minha oração para que o Bondoso Pai Celestial abênçoe e console todos os parentes e amigos das vitimas deste massacre inconseqüente e banal.

Ontem o menino que brincava me falou
Que hoje é semente do amanhã
Para não ter medo que esse tempo vai passar
Não se desespere não, nem pare de sonhar
Nunca se entregue, nasça sempre com as manhãs
Deixe a luz de o sol brilhar no céu do seu olhar
Fé na vida, fé no homem, fé no que virá
Nós podemos tudo
Nós podemos mais
Vamos lá fazer o que será


AMÊM.



quinta-feira, 7 de abril de 2011

Decreto Primeiro



Das mansões celestiais veio a informação em forma de decreto:

“Não só de dores viverá o homem.

Nem somente o suplício e angustia padecerá sua alma,

Mas de toda delícia suprema que o chocolate proporcionar

 lhe será permitido usufruir.”


quarta-feira, 6 de abril de 2011

Do Baú


Há dias que ficamos vasculhando no tempo explicações para o que estamos sentindo. E não encontramos a resposta facilmente.
Hoje estou como alguém que procura coisas aparentemente perdidas. Algo que possa decifrar os enigmáticos dilemas da alma.
Revirando o baú podemos encontrar lembranças do passado impregnadas de melancolia, fotos antigas, frasco do perfume favorito, cadernos usados, rascunho de poesia inacabada, cartas de amor não enviadas, sentimentos recolhidos, discos arranhados, preces oferecidas, livros sem capa com paginas rotas, vestidos com o aroma de naftalina, retalhos de saudade...
Tudo isso representa reflexos dos sonhos e anseios da vida. Talvez um destes objetos aponte o significado ou quem sabe torne a questão ainda mais obscura.
E de fato se transforme em um grande quebra-cabeça de acontecimentos esquecidos, pois todos eles se esgotaram encontrando seu fim. A colônia não possui mais sua essência. A música não toca mais. O vestido perdeu seu uso. O amor não recebeu a carta. Nem a vida o seu poema.
Este drama da ausência é que realmente acaba incomodando o dia. Guardar o que se acabou é uma maneira de não esquecer o que se passou. É tentar manter perto de nós algo que insistentemente deseja partir. É como se disséssemos para a coisa: “Fica um pouco mais”.
Quero crê que seja esta a razão que preservamos por tanto tempo as fotografias, os livros lidos e relidos, os diários escritos durante a infância e nossos queridos brinquedos quebrados.
Não estão escondidos. Nem abandonados. Mas conservados para fornecer respostas quando somos tantas interrogações.


segunda-feira, 4 de abril de 2011

Conto#2: O Dom Machado


Numa noite dessas, passeando pela cidade, resolvi entrar numa livraria. Entrei sem compromisso. Apenas para comer as horas com mais proveito enquanto esperava a hora do ônibus coletivo.
O local é frequentado por estudantes e amantes da literatura. Encontrei velhos amigos. Abracei alguns conhecidos. Estava em casa. O ambiente é ideal para quem anseia conhecimento, cultura e sabedoria. Eu, particularmente, vou além desta máxima procurando ver de mais perto outros aspectos da natureza humana: A vaidade.
Sou fascinado pelo mundo das letras. Gosto de observar quem possui o mesmo desejo. Fico analisando cada gesto, a maneira como manuseia cada volume, os comentários a respeito de autores e assuntos. Este momento é único.
Cada leitor manifesta um pouco de sua personalidade através da obra que escolhe para ler. Ou, pelo menos, seus interesses são revelados quando compra este em vez daquele titulo. São criaturas especiais os que amam os livros.
O livro tem o poder de elevar a alma, civilizar o pensamento, aprimorar atitudes e consolidar idéias. Em tudo a leitura pode ser um motivo para o deleite. A capa, o estilo do escritor, o cheiro e a cor do papel, o tema abordado, o desenrolar do enredo, o número de paginas...

Há outros, porém, em que o prazer consiste que o outro saiba que ele já leu aquela obra daquele autor especial. E por fim, deixar-se perambular pela avenida das vaidades com um livro nas mãos pode representar o ápice de uma trajetória social.
O sujeito precisa sinalizar que possui interesses literários genuínos de forma que esta característica lhe assegure que é verdadeiramente um “intelectual”.  E para indivíduos mais convincentes, faz-se necessário o uso de um par de óculos.
Que espetáculo!Com certeza o velho Brás iria se agradar destes exemplares. Quase pude ouvir sua risada desdenhosa quando observei um cliente comprando certa coleção para enfeitar sua sala de estar. Que sujeito encantador! Cumprimentei-lhe pelo feito. Sua casa, seus amigos e sua reputação mereciam tamanho investimento.
Fiquei emocionado escutando um rapaz recitar as primeiras orações de uma obra clássica para sua namoradinha. Após esta cena, percebi que a hora avançava. Precisei deixar o recinto. Despedi-me de todos. Tomei o cabriolé.
Não comprei nada. Partir devendo somente o ingresso.
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