sábado, 23 de julho de 2011

AFTERGLOW*

Desculpem o silêncio. Por vezes me permito a estes hiatos. Tempo para repousar. Isolamento preciso na escuridão do quarto. Escondido nas letras de um livro ou mesmo envolvido no manto de uma canção solitária com letra longa e melodia inebriante. Tão extensa que me perco nas palavras.

Talvez seja proposital ficar perdido no labirinto das coisas esquecidas, postas de lado, vírgulas sem pontos... Nenhum intervalo! Uma corrida para dentro de mim. Fechar os olhos na intenção de contemplar o invisível da alma. 

É a vontade de encarar todos os sentimentos. Apontar qualquer um deles e intimidá-los. Perscrutar as razões, duvidar das dúvidas, aceitar as exclamações, diminuir as interrogações, tentar encontrar o caminho de volta e perder o caminho... 

Fechar as portas. Abri-las novamente. E aguardar o alvorecer
.
E é ai que mora a razão de minha reclusão. O exercício de se esconder, para logo em seguida se encontrar, vale a pena o tempo no esconderijo. Tudo para poder se reencontrar novo, revigorado, pronto para rever o dia.

E quem sabe, após a luz*, o que parecia tenebroso não passe de um simples engano das retinas cansadas de observar o banco da praça. 

E, saber, que quem estava usando-o não permanece mais vazio.


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